Domingo, 22 de Abril de 2007
1- Festividades O provérbio popular por S. Sebastião (20.1), laranja na mão reflecte, no Inverno, a actividade agrícola: colheita das laranjas e poda das árvores. Este trabalho rural associa a realização das festas em honra de São Sebastião, padroeiro da freguesia de Mouriscas.
Os festejos momentos de oração, reflexão, reconciliação, dádivas e animação ocorreram no dia 20 de Janeiro. Têm um sentimento acentuadamente religioso e a sua origem secular perde-se na bruma dos tempos. Baseados na tradição rural, nos usos e costumes e na riqueza popular, têm ao longo dos tempos mantido características religiosas, históricas, culturais e sociais únicas e constantes.
Assim, teve lugar, no dia 21, a celebração eucarística, acompanhada pelo grupo coral e presidida pelo padre Francisco José Esteves Valente, pároco das freguesias de Mouriscas, Alcaravela e Santiago de Montalegre. Seguiu-se a grande procissão da Igreja Matriz para a Igreja Matriz, no Casal da Igreja, na qual se incorporaram a irmandade, o S. Sacramento, a imagem de S. Sebastião, outros santos, doze fogaças representativas de vários casais, o cortejo religioso que formou duas filas, a Banda Filarmónica Mourisquense e outros fiéis da comunidade de Mouriscas.
Pelas 16, 00 H, iniciou-se a venda de fogaças e o concerto pela Banda Filarmónica Mouris¬quense.
2 S. Sebastião, a História De acordo com vários historiadores (entre outros, o Cardeal Nicholas Wiseman) e em texto que adaptei: São Sebastião é um dos mártires mais conhecidos da antiguidade. Historicamente estão demonstrados: o seu martírio em Roma, no fim do século III ou princípios do século IV, a sepultura nas catacumbas, a data antiquíssima (20 de Janeiro) da sua festa e a popularidade do seu culto desde o século IV, mas principalmente desde a Alta Idade Média por ter sido tema entre os pintores renascentistas que o representavam atado à árvore nu e cravado com setas.
O relato do seu martírio (Passio Saneti Sebastiania) foi escrito século e meio depois dos acontecimentos, baseado nas chamadas Actas de Santo Ambrósio.
Julga-se que São Sebastião era natural de Narbona ou Milão, oficial da Guarda Imperial, em Roma, no tempo dos Imperadores Dioclecianos e Maximiano.
Apesar do seu cargo, converteu-se ao Cristianismo, difundiu a Fé e protegeu os Cristãos necessitados, convertendo muita gente.
Descoberto, foi sentenciado à morte e supliciado com setas. Tido por morto, abandonaram-no os arqueiros. Curado milagrosamente apresentou-se diante do Imperador proclamando a sua fé. Este mandou-o açoitar até morrer, sofrendo por isso, um duplo martírio.
S. Gregório Magno considera o soldado um mártir.
São Sebastião é considerado o terceiro Padroeiro de Roma, depois dos Santos Apóstolos Paulo e Pedro.
Os fiéis invocam-no, desde a antiguidade, como advogado especial contra as pestes e epidemias.
3 As festas em honra do Mártir S. Sebastião terminaram com o leilão das fogaças. O seu produto financeiro reverte a favor do património paroquial.
João Sécio