Quinta-feira, 20 de Novembro de 2008
Os sinos dobraram a finados, no passado dias 20 e 21 de Agosto, nas Igrejas de Atalaia do concelho de Gavião e de Mouriscas, pelo falecimento da professora do 1.ª Ciclo do Ensino Básico (antigo ensino primário), Maria do Rosário Gonçalves Bento. Dos 41 anos de magistério primário que exerceu, 10 verificaram-se nesta localidade do Alentejo e 31 nos concelhos de Vila Nova de Ourém e de Abrantes.
Nasceu, a 13 de Maio do ano de 1937, na freguesia de Mouriscas do concelho de Abrantes. Era filha de Joaquim Alves Bento e de Maria do Rosário Gonçalves. Concluiu o 1.º Ciclo do Ensino Básico (ex- instrução primária) na Escola Primária de Mouriscas. Terminou o Curso Geral dos Liceus no Externato Infante de Sagres desta localidade. Adquiriu, cedo ainda, com a idade de 17 anos, o Diploma de Professora do Ensino Primário, na Escola do Magistério Primário de Coimbra. Era membro da actual Direcção da ACATIM (Associação Comunitária para a Terceira Idade de Mouriscas). Pertencia à Vida Ascendente, Movimento Cristão de Reformados, de âmbito nacional, sendo Presidente do Grupo da freguesia de Mouriscas. Integrava a Associação dos Professores Aposentados do Concelho de Abrantes. Faleceu, na sua residência em Mouriscas, aos 71 anos de idade.
Maria do Rosário Gonçalves Bento foi o Caminho, a Verdade e a Vida, conforme Jesus Cristo pregara aos seus discípulos. Cumpriu, com Lealdade, Justiça e Verdade a sua mui nobre missão de docente nas Escolas Primárias de Freixianda do concelho de Vila Nova de Ourém, de Atalaia do concelho de Gavião e do Souto e de Mouriscas do concelho de Abrantes e no Externato Infante de Sagres.
Esposa, mãe, avó e cidadã exemplar dedicou sempre a sua vida ao serviço dos seus familiares e da comunidade em que se encontrava inserida.
O seu corpo ficou, nos dias 20 e 21 de Agosto, em câmara ardente na Capela Mortuária de Mouriscas. O Padre Francisco Valente realizou, no dia 21 de Agosto a missa solene de exéquias, onde os sinos dobraram a finados. Igualmente, os sinos da torre da Igreja de Atalaia tocaram em homenagem à sua morte.
O seu funeral realizou-se, com missa de corpo presente, na igreja matriz de Mouriscas, para o cemitério desta freguesia. O cortejo fúnebre foi integrado pelas comunidades mourisquense, da Atalaia, das cidades de Lisboa, da Guarda, de Abrantes e de outras localidades de Portugal.
A família enlutada - marido, filha, genro e neto - agradece reconhecidamente, nesta hora de profundo sofrimento e dor, a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada. Sublinha e recorda as seguintes passagens da Bíblia: (1) Jacob rasgou as vestes, vestiu-se de luto e chorou a morte do filho por muito tempo. GN 37,34 – A MORTE”; (2): “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, mesmo que morra, viverá. JO 11,25 - A RESSUREIÇÃO”.
João Sécio
Quinta-feira, 6 de Março de 2008
As festas em honra de São Sebastião, Padroeiro da freguesia de Mouriscas, Abrantes, atingiram o seu ponto alto, no dia 20 de Janeiro, com a tradicional procissão e os andores engalanados de oferendas, onde pontuaram os produtos derivados da agricultura que foram vendidos em leilão.
Patrono e protector dos mourisquenses, este Mártir levou bem longe a sua acção em defesa desta comunidade religiosa quer contras as pestes e outros males epidémicos, quer na defesa das plantações e do gado.
Segundo a Lenda e a História, S. Sebastião nasceu em França, em meados do séc. III, mas cedo foi para Milão, onde cresceu na fé cristã. Na idade adulta, alistou-se nas legiões do Imperador Diocleciano. A sua bravura destacou-se e chamou a atenção do Imperador que, desconhecendo o facto de Sebastião ser cristão, o nomeou comandante da sua guarda pessoal. Foi neste cargo que Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma nesse tempo, visitando-os e consolando-os enquanto aguardavam pelo martírio.
Entretanto, o Imperador decretou a expulsão de todos os cristãos do seu exército, e Sebastião foi denunciado por um outro militar. Diocleciano, sentindo-se traído, tentou ainda fazer com que Sebastião renunciasse ao cristianismo, mas em vão; enraivecido, o imperador condenou o soldado cristão à morte. A ordem foi cumprida imediatamente. Os soldados romanos levaram Sebastião para um descampado, despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore e desferiram sobre ele uma chuva de flechas. Depois, abandonaram-no para que sangrasse até à morte.
À noite, Irene, uma mulher cristã, foi ao local com umas amigas para recolher o corpo do mártir e sepultá-lo, mas qual o seu espanto quando constatou que ele ainda estava vivo. Irene escondeu-o em sua casa, enquanto recuperava das feridas. Já restabelecido, Sebastião insiste em continuar o seu processo de evangelização e decide apresentar-se novamente perante o Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas e pedindo-lhe para deixar de perseguir os cristãos. Diocleciano não atende os pedidos, ordena que Sebastião seja espancado até à morte e, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, atiraram-no para o esgoto público de Roma.
O seu corpo viria a ser recolhido e sepultado nas catacumbas da cidade imperial, em 287. Mais tarde, em 680, as suas relíquias foram solenemente transportadas para uma basílica construída pelo imperador Constantino. Naquela ocasião, uma peste terrível assolava Roma, vitimando muitas pessoas, mas a epidemia desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais do mártir, de modo a que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra. (Adaptado de vários textos históricos)
Esta efeméride apresentou, como em anos anteriores, o seguinte programa de acção:
14,30 H – Missa solene na Igreja Matriz em honra do Padroeiro S. Sebastião, seguida de procissão;
16,00 H – Leilão de fogaças e concerto pela Banda Filarmónica Mourisquense.
Este evento religioso foi presidido pelo Padre Francisco José Esteves Valente, pároco das freguesias de Mouriscas, Alcaravela e Santiago de Montalegre, e contou, ainda, com a presença de uma imensidão de fiéis provenientes quer da comunidade mourisquense quer de outras comunidades que encheram a Igreja Matriz de Mouriscas.
Desfilaram, na procissão, as imagens sagradas nomeadamente São Sebastião e outros santos, nove fogaças representativas de vários casais, o cortejo religioso que formou duas filas, o pálio, a Irmandade do Santíssimo, a Banda Filarmónica Mourisquense e os fiéis.
A animação esteve a cargo da Banda Filarmónica Mourisquense, enquanto decorria a venda das fogaças.
João Sécio
Segunda-feira, 22 de Outubro de 2007
No dia 20 de Agosto do corrente ano, cerca das 13 h 45, deflagrou, na freguesia de Alcaravela, o incêndio que rapidamente se estendeu às freguesias de Mouriscas e Ortiga.
As chamas lavraram durante dois dias, atravessaram quatro estradas, a linha férrea da Beira – Baixa e a Auto – Estrada n.º 23.
No casal de Entre – Serras da freguesia de Mouriscas ardeu totalmente uma habitação perante a passividade dos bombeiros. As chamas entraram ainda em quintais e devoraram barracões e instalações agrícolas.
Mais de 300 bombeiros de todo o País, meios aéreos pesados e helicópteros combateram – no rescaldo – o maior incêndio desta região.
Na terça – feira, dia 22, o incêndio reacendeu-se ajudado pelo vento forte, tornando-se imparável.
As reservas de caça de Mouriscas e Ortiga encontram-se sob um manto negro, onde a terra exangue cheira a cinza.
Desânimo e revolta são os sentimentos da população de Mouriscas afectada pelo incêndio que deixou um rasto de destruição e morte a sua passagem.
O Decreto-Lei n.º 124/2006 de 28 de Junho estabelece as medidas e acções a desenvolver no âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra incêndios. Este diploma legal atribui várias competências às Câmaras Municipais sobre a gestão da floresta, sendo o Presidente da Câmara o primeiro responsável.
A Câmara Municipal mandou fiscalizar a aplicação do citado Decreto – Lei?
João Sécio
Sexta-feira, 20 de Julho de 2007
O n.º 2 do artigo 1366º do Código Civil determina que a plantação ou sementeira de eucaliptos, acácias e outras árvores igualmente nocivas fosse regulada por leis especiais, nomeadamente o Decreto-lei n.º 28039 /14/09/1937, Decreto-lei n.º 175/88 de 17 de Maio e o Decreto-lei n.º 124/2006 de 28 de Junho.
No artigo 1.º do citado Decreto-Lei n.º 28039 de 14 de Setembro de 1937, afirma-se que é proibida a plantação ou sementeira das espécies arbóreas acima referidas a menos de 20 metros de terrenos cultivados e de 30 de nascentes, terras de cultura de regadio, muros e prédios. Este mesmo artigo, no seu parágrafo único, determina que estas distâncias mínimas não se verificam se entre as árvores e os terrenos, nascentes, terras de regadio, muros e prédios urbanos mediar estrada, via férrea, curso de água, caminho público, desnível superior a 4 metros…
Ora as acácias multiplicam-se de várias formas e nascem fruto do abandono a que a pequena propriedade tem sido votada nos últimos anos. Não podem coexistir com outras culturas arbórea. A sua plantação, praticada por alguns agricultores, é ilegal, segundo a norma já citada. Por isso, devem ser extintas.
Há pequenas manchas de acácias em propriedade que não respeitam as distâncias legais (20 metros) entre as fronteiras das propriedades. Igualmente não se verifica eventualmente nenhuma das razões que poderiam levar à situação de excepção prevista no parágrafo único do artigo 1.º do citado Decreto-Lei n.º 28039.
As patrulhas do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente e a GNR estão a fiscalizar a aplicação do Decreto-Lei n.º 124/2006 de 28 de Junho, levantando autos e as correspondentes coimas. Os contra – ordenadores devem estar atentos.
João Sécio
Domingo, 22 de Abril de 2007
1- Festividades O provérbio popular por S. Sebastião (20.1), laranja na mão reflecte, no Inverno, a actividade agrícola: colheita das laranjas e poda das árvores. Este trabalho rural associa a realização das festas em honra de São Sebastião, padroeiro da freguesia de Mouriscas.
Os festejos momentos de oração, reflexão, reconciliação, dádivas e animação ocorreram no dia 20 de Janeiro. Têm um sentimento acentuadamente religioso e a sua origem secular perde-se na bruma dos tempos. Baseados na tradição rural, nos usos e costumes e na riqueza popular, têm ao longo dos tempos mantido características religiosas, históricas, culturais e sociais únicas e constantes.
Assim, teve lugar, no dia 21, a celebração eucarística, acompanhada pelo grupo coral e presidida pelo padre Francisco José Esteves Valente, pároco das freguesias de Mouriscas, Alcaravela e Santiago de Montalegre. Seguiu-se a grande procissão da Igreja Matriz para a Igreja Matriz, no Casal da Igreja, na qual se incorporaram a irmandade, o S. Sacramento, a imagem de S. Sebastião, outros santos, doze fogaças representativas de vários casais, o cortejo religioso que formou duas filas, a Banda Filarmónica Mourisquense e outros fiéis da comunidade de Mouriscas.
Pelas 16, 00 H, iniciou-se a venda de fogaças e o concerto pela Banda Filarmónica Mouris¬quense.
2 S. Sebastião, a História De acordo com vários historiadores (entre outros, o Cardeal Nicholas Wiseman) e em texto que adaptei: São Sebastião é um dos mártires mais conhecidos da antiguidade. Historicamente estão demonstrados: o seu martírio em Roma, no fim do século III ou princípios do século IV, a sepultura nas catacumbas, a data antiquíssima (20 de Janeiro) da sua festa e a popularidade do seu culto desde o século IV, mas principalmente desde a Alta Idade Média por ter sido tema entre os pintores renascentistas que o representavam atado à árvore nu e cravado com setas.
O relato do seu martírio (Passio Saneti Sebastiania) foi escrito século e meio depois dos acontecimentos, baseado nas chamadas Actas de Santo Ambrósio.
Julga-se que São Sebastião era natural de Narbona ou Milão, oficial da Guarda Imperial, em Roma, no tempo dos Imperadores Dioclecianos e Maximiano.
Apesar do seu cargo, converteu-se ao Cristianismo, difundiu a Fé e protegeu os Cristãos necessitados, convertendo muita gente.
Descoberto, foi sentenciado à morte e supliciado com setas. Tido por morto, abandonaram-no os arqueiros. Curado milagrosamente apresentou-se diante do Imperador proclamando a sua fé. Este mandou-o açoitar até morrer, sofrendo por isso, um duplo martírio.
S. Gregório Magno considera o soldado um mártir.
São Sebastião é considerado o terceiro Padroeiro de Roma, depois dos Santos Apóstolos Paulo e Pedro.
Os fiéis invocam-no, desde a antiguidade, como advogado especial contra as pestes e epidemias.
3 As festas em honra do Mártir S. Sebastião terminaram com o leilão das fogaças. O seu produto financeiro reverte a favor do património paroquial.
João Sécio
Domingo, 4 de Fevereiro de 2007
No dia de S. Simão, quem não faz magusto não é bom cristão. Por S. Simão (29/10) semear sim, navegar não. Por S. Simão, favas na mão. Estes provérbios populares reflectem a actividade agrícola outonal: a sementeira da fava, a colheita da castanha e os magustos realizados, segundo a tradição, em algumas vilas e aldeias de Portugal.
A esta ruralidade associa-se a parte espiritual e religiosa. Por isso, realizou-se, no passado dia 28 de Outubro, a festa em honra de São Simão, cuja religiosidade marca indelevelmente esta comunidade rural. Este acontecimento festivo repete-se, ano a ano, e manifesta a fé inabalável de uma população ao seu santo e à Igreja Católica.
Arreigada na alma dos mourisquenses, esta festa tem um sentimento acentuadamente religioso e a sua origem secular perde-se na bruma dos tempos. Mantém a sua origem na tradição rural, nos usos e costumes, ou seja na singela riqueza popular de características históricas, culturais e sociais próprias.
De acordo com vários historiadores (entre outros, o Pe. José Boscolo) e em texto que adaptei: o nome de S. Simão figura em décimo primeiro lugar na lista dos Apóstolos. Nasceu em Canaã, na Galileia, em Israel e tinha o denominativo de «Zelotes. Faleceu martirizado, na Pérsia, em defesa dos fracos e oprimidos e, principalmente daqueles que têm fome e sede de justiça.
O Evangelho segundo S. Lucas (Lc 6:15) refere que este Apóstolo conserva o nome derivado de Simeão e significa o Ouvido de Deus.
Simão terá resolvido seguir Jesus por ver Nele: 1º.) o líder perfeito para os zelotes; 2º.) por ouvir a pregação inflamada e arrebatadora do profeta de Nazaré; 3.º) por entender que o Messias irá libertar Israel de Roma.
Simão e Mateus tinham comportamentos sociais e políticos distintos: Simão, o zelote, queria a queda de Roma; Mateus, o publicano, trabalhava de mãos dadas com o governo romano. Simão detestava o imposto; Mateus recebia-o. Simão era um Judeu patriota; Mateus era tido como o "traidor da pátria.
Simão e Jesus tinham igualmente pensamentos e actuações diferentes: Simão queria uma luta política; Jesus longe de pensar em golpe militar dizia: "Dai a César o que é de César" (Mt 22:21). Simão queria que o Reino de Israel fosse restaurado imediatamente; Jesus dizia que o processo era demorado, que levaria muito tempo "semelhante ao fermento na farinha até levedar" (Mt 13:33). Simão con¬fiava na espada; Jesus afirmava que "todos que lançarem mão da espada pere-cerão"(Mt26:52).
Simão era zeloso com o que fazia e queria, homem fervoroso, sanguíneo e ardente, tinha um amor intenso pela causa, um homem no encalço de seus objectivos. Jesus chamou-o, porque que-ria este zelo ardente em seu grupo, e transformá-lo-ia num "revolucionário" espiritual, num discí-pulo labareda de fogo!
As comemorações do dia de S. Simão tiveram lugar na capela com o memo nome. Foram pre-sididas pelo Padre Francisco José Esteves Valente, que, durante a homilia, comentou a Sagrada Escritura relativa à história e obra de S. Simão.
Este evento religioso contou com a presença da comuni¬dade local que encheu totalmente a capela de S. Simão. Levou, no final, à venda de fogaças e a um convívio, no adro da capela, com um lanche partilhado entre os mourisquenses.
João Sécio
Domingo, 22 de Outubro de 2006
O cenário é sempre o mesmo. Os esgotos correm a céu aberto em vários locais da freguesia de Mouriscas. Por isso, os mourisquenses mostram-se indignados e consideram a situação inaceitável.
Este povo manifestou, em tempos, o seu sentimento de revolta, entregando, na Câmara Municipal de Abrantes, a 14 de Julho de 2003, quatrocentos e oitenta e dois ofícios-circulares, cujos signatários reclamavam a suspensão da tarifa de saneamento e o reembolso de todas as importâncias pagas, uma vez que a taxa cobrada e indexada ao consumo de água é, segundo os juristas Gomes Canotilho, Vital Moreira e Joaquim Aguiar, ilegal, injusta e inconstitucional, porque a autarquia cobra um serviço que não presta a muitos consumidores.
Com efeito, o Município tem pleno conhecimento que os Casais da Igreja e Venda da freguesia de Mouriscas estão abrangidos por saneamento público, cujos esgotos desaguam a céu aberto no lugar do Senhor dos Aflitos, onde o cheiro nauseabundo e pestilento exalado pela atmosfera constitui factor de risco ambiental. Embora, o Casal da Carreira desta freguesia possua, há muitos anos, um colector público de esgotos, os seus moradores têm sucessivamente sido preteridos na ligação ao respectivo colector, porque ainda não fora construída a ETAR no lugar do Senhor dos Aflitos. Os restantes casais da freguesia são servidos pelo sistema de fossas e há mesmo casas sem fossas e saneamento. Além disso, há outros casais, onde os esgotos correm a céu aberto, nomeadamente Engarnais, Ferrarias, Jogo da Bola, Cotovelo, etc.
A caça ao voto levou em sucessivos anos de eleições, por um lado ao endividamento da Câmara em vinte e dois milhões de euros, e por outro à pavimentação de algumas ruas que, mais tarde, serão esventradas para a instalação daquela infra-estrutura. Quem paga este custo? Serão os políticos que nos governam? Todavia, alguns destes senhores deslocam-se em carros de luxo pagos com o dinheiro dos nossos impostos e taxas, enquanto esta freguesia possui ainda ruas e largos térreos ao nível do terceiro mundo.
Este quadro de subdesenvolvimento mostra que os esgotos correm a céu aberto em vários locais da freguesia de Mouriscas, a cobrança da taxa de saneamento não corresponde a qualquer contrapartida de serviços por parte do município, uma vez que o serviço de limpeza de fossas não é efectuado a muitos consumidores. Por isso, não se justifica, à priori, a cobrança da referida taxa. Urge dotar a freguesia de uma rede de saneamento básico.
João Sécio
Segunda-feira, 24 de Julho de 2006
João Mendes Pires, antigo Pároco de Mouriscas, nasceu, no ano de 1918, em Monforte da Beira, no distrito e concelho de Castelo Branco. São já passados dois anos que ocorreu o seu falecimento, no dia cinco de Janeiro, do ano de 2003, no hospital Doutor Manuel Constâncio do Centro hospitalar do Médio Tejo, aos 85 anos de idade.
As cerimónias fúnebres tiveram lugar nos dias seis e sete de Janeiro, nas igrejas matrizes de Mouriscas e de Monforte da Beira. O seu corpo jaz em campa rasa, na paz, na humildade e na pobreza, no cemitério de Monforte da Beira, sua terra natal.
O Reverendo João Mendes Pires, ilustre beirão, cidadão exemplar e impoluto, de grande poder de comunicação e de uma personalidade forte, grande amigo dos mourisquenses, frequentou sucessivamente, na sua infância e adolescência, a escola primária de Monforte da Beira e o seminário de Alcains.
Concluiu o curso de Teologia aos 21 anos de idade. Iniciou a sua vida sacerdotal, cedo ain-da, no ano de 1940, com 22 anos de idade, na qualidade de coadjutor da Sé de Castelo Branco. Foi professor no Seminário de Alcains e no Liceu Nacional de Castelo Branco.
Tomou posse, com a idade de 32 anos, no dia 1 de Dezembro de 1951, da paróquia de Mouriscas. Marcou indelevelmente, nesta freguesia, durante mais de 50 anos, a sua acção no âmbito social, sacerdotal e cultural. Desenvolveu também aqui, uma acção recreativa intensa e marcante. Assim, Mouriscas e os seus filhos muito lhe devem. Por isso, Assembleia de Freguesia aprovou, em sessão ordinária, por unanimidade, uma proposta para que o seu nome ficasse ligado a esta freguesia.
Foi docente, no Externato Infante de Sagres de Mouriscas, onde contribuiu para a formação de quadros superiores, médios e administrativos, nomeadamente técnicos superi¬ores, militares, juízes, economistas, bancários, professores, enfermeiros, ferroviários, funcionários administrati-vos, etc. naturais de Mouriscas e de outras localidades de Portugal.
Foi homenageado pela comunidade mourisquense e por Sua Ex.ª Reverendíssima D. Augusto César, Bispo de Portalegre e Castelo Branco, no Outono de 2001.
Terminou, com mais de oitenta anos de idade, a sua missão sacerdotal por razões de saúde, na paróquia de Mouriscas.
Quinta-feira, 20 de Abril de 2006
Realizou-se, no passado dia 29 de Janeiro, a festa em honra de São Sebastião, Padroeiro dos mourisquenses e suporte religioso da nossa comunidade rural. Este acontecimento festivo repete-se ano a ano e manifesta a fé inabalável de uma população ao seu patrono e à Igreja Católica.
Arreigadas na alma dos mourisquenses, estas festas têm um sentimento acentuadamente religioso e a sua origem secular perde-se na bruma dos tempos. Mantém a sua singularidade na tradição rural, nos usos e costumes e na legítima riqueza popular que, ao longo dos tempos lhe concederam características históricas, culturais e sociais únicas.
De acordo com o Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal da Nazaré e em texto que adaptei: o nome de S. Sebastião anda associado à protecção contra a peste e outros males epidémicos, à defesa das plantações e do gado, sendo, por isso, patrono de muitas localidades rurais, como Mouriscas Valado dos Frades, Famalicão, etc.
S. Sebastião nasceu em França, em meados do séc. III, mas cedo foi para Milão, onde cresceu na fé cristã. Na idade adulta, alistou-se nas legiões do Imperador Diocleciano. A sua bravura destacou-se e chamou a atenção do Imperador que, desconhecendo o facto de Sebastião ser cristão, o nomeou comandante da sua guarda pessoal. Foi neste cargo que Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma nesse tempo, visitando-os e consolando-os enquanto aguardavam pelo martírio.
Entretanto, o Imperador decretou a expulsão de todos os cristãos do seu exército, e Sebastião foi denunciado por um outro militar. Diocleciano, sentindo-se traído, tentou ainda fazer com que Sebastião renunciasse ao cristianismo, mas em vão; enraivecido, o imperador condenou o soldado cristão à morte. A ordem foi cumprida imediatamente. Os soldados romanos levaram Sebastião para um descampado, despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore e desferiram sobre ele uma chuva de flechas. Depois, abandonaram-no para que sangrasse até à morte.
À noite, Irene, uma mulher cristã, foi ao local com umas amigas para recolher o corpo do mártir e sepultá-lo, mas qual o seu espanto quando constatou que ele ainda estava vivo. Irene escondeu-o em sua casa, enquanto recuperava das feridas. Já restabelecido, Sebastião insiste em continuar o seu processo de evangelização e decide apresentar-se novamente perante o Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas e pedindo-lhe para deixar de perseguir os cristãos. Diocleciano não atende os pedidos, ordena que Sebastião seja espancado até à morte e, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, atiraram-no para o esgoto público de Roma.
O seu corpo viria a ser recolhido e sepultado nas catacumbas da cidade imperial, em 287. Mais tarde, em 680, as suas relíquias foram solenemente transportadas para uma basílica construída pelo imperador Constantino. Naquela ocasião, uma peste terrível assolava Roma, vitimando muitas pessoas, mas a epidemia desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais do mártir, de modo a que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra.
Posto isto, assistimos às comemorações do dia de S. Sebastião, efeméride que apresentou a seguinte programação:
15,00 H Missa solene na Igreja Matriz em honra do Padroeiro S. Sebastião, seguida de procis¬são;
17,00 H Leilão de fogaças e concerto pela Banda Filarmónica Mourisquense.
Este evento religioso foi presidido pelo Padre Francisco José Esteves Valente, pároco das fre¬guesias de Mouriscas, Alcaravela e Santiago de Montalegre, coadjuvado pelo Reverendo Francisco Bento. e contou, ainda, com a presença de uma imensidão de fiéis provenientes da comuni¬dade mourisquense que encheu, por completo, a Igreja Matriz de Mouriscas.
Desfilaram, na procissão, as imagens sagradas nomeadamente São Sebastião e outros santos, catorze fogaças representativas de vários casais, o cortejo religioso que formou duas filas, o pálio, a Irmandade do Santíssimo, a Banda Filarmónica Mourisquense e os fiéis.
A animação esteve a cargo da Banda Filarmónica Mourisquense, enquanto decorria a venda das fogaças, cujo produto financeiro reverte a favor do património paroquial.
Domingo, 5 de Fevereiro de 2006
Ao retrato histórico, artístico e religioso, a traços largos, desta magnifica Capela, convém adicionar o absurdo de cerca de três quilómetros e setecentos metros de péssimo caminho municipal em situação de terra batida, pertencente ao conjunto de acessibilidades internas da freguesia de Mouriscas, que dá acesso ao santuário. Que contrapôs a Câmara Municipal de Abrantes para alterar esta infra - estrutura de apoio ao desenvolvimento turístico, religioso e económico deste local? Até, agora, nada.
Perspectivámos, porém, alguns cenários para resolução deste problema.
Primeiro cenário: A Junta de Freguesia de Mouriscas e dois cidadãos eleitores apresenta-ram, em tempo, ao Instituto das Estradas de Portugal (IEP) um projecto para que fosse incluído, no plano de custos do IP6, mais 3 km e 700 metros de pavimento betuminoso, uma vez que aquela instituição constrói, junto à Capela, a Passagem Superior 4 (PS4) e mais 200 metros de pavimento. Esta comissão, apenas, solicitou à Câmara Municipal de Abrantes apoio logístico. Por ora, a resposta foi o silêncio!
Segundo: A Câmara deverá conceber e elaborar um projecto ao abrigo do Terceiro Quadro Comunitário de Apoio. Recordamos, por um lado, que a edilidade tem a responsabilidade de propor outros projectos para a rede viária e de saneamento básico em Mouriscas, uma vez que a Região de Lisboa e Vale do Tejo encontra-se em regime de phasing out, isto é, transição do objectivo 1 (mais ajudas comunitárias ) para o objectivo 2 (menos ajudas) e a Área Metropolitana de Lisboa apresenta um PIB per capita acima dos 75% da média comunitária. Por outro, o nosso desenvolvimento futuro poderá ficar largamente comprometido, se não forem aproveitadas e potenciadas as oportunidades de financiamento concedidas, agora, pelo III Quadro Comunitário de Apoio.
Terceiro: A edilidade poderá executar a obra por administração directa ou por concurso público.